sábado, fevereiro 13, 2010

Amores vãos...

A Anjinha nunca me amou. Não, ela não mentiu para mim, não digo isso. Ela pensava me amar. Mas o que ela tinha era paixão, que confundiu com amor. Não a culpo: ela estava doente. Paixão é doença. Não foi culpa dela. Eu a perdoei já.

As pessoas, principalmente as que têm paixão, confundem paixão com amor, quando na verdade são duas coisas diferentes. A paixão tem pressa, o amor espera. A paixão é exigente, o amor é caridoso. A paixão faz querer a morte, o amor faz amar a vida. A paixão debilita, o amor fortalece. A paixão é ciumenta, o amor é companheiro. A paixão é transitória, o amor é permanente.

E, porque eu amarei para sempre, eu perdoei minha Anjinha. Que vá em paz. Só não me diga para onde. Eu fico triste, sim, mas vou me consolar: é melhor descobrir agora que depois, que nunca teve amor por mim, e que o fim da paixão deixa sempre uma relação vazia e amarga. Eu sei agora que minha Anjinha nunca me amou, mas sei também que não é culpa dela. Vá em paz.




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Com a Ursinha Neném foi diferente: essa, sim, me amava de verdade. Com ela, eu tive momentos maravilhosos. Ela me fez feliz, e eu tenho certeza que eu a fiz feliz. Eu tive que disciplinar minha Ursinha Neném às vezes, sim, e foi muito duro para ela e para o bumbum dela... Mas ela no fundo sabia que era para seu próprio bem e que merecia as palmadas. Claro que a Ursinha Neném nunca admitiu isso, mas no fundo ela sabia, e ela me amava por isso também. Era rebelde, a Ursinha Neném... Rebelde, mas meiga e fofinha... E tinha uma coisa que eu gostava mais que as palmadas, era ficar abraçado com ela enquanto eu passava um creminho no seu bumbum...

Ah, eu queria que todas as mulheres da minha vida fossem iguais à Ursinha Neném.

Hoje, ela está no céu... Taí um motivo para ser bom nesse mundo: encontrar minha Ursinha Neném depois de morrer.